Altas habilidades ou superdotação em contexto de educação matemática: ecos e expressividades

O estudo objetivou analisar expressividades de estudantes concluintes do Ensino Médio, com indicativo de Altas Habilidades ou Superdotação em contexto de Educação Matemática, e especificamente, buscou: 1) identificar manifestações de Altas Habilidades ou Superdotação de estudantes do Ensino Médio em ambiente intra escolar; 2) descrever a expressividade das Altas Habilidades ou Superdotação em contexto de Educação Matemática; e, 3) reconhecer nos achados, elementos que contribuam para a compreensão e ação docente sobre as Altas Habilidades ou Superdotação. Ancorou-se nas bases epistemológicas da Psicologia (social, cognitiva e da aprendizagem); nos fundamentos da Educação Matemática; e na abordagem da pesquisa qualitativa autonarrativa. Envolveu seis estudantes concluintes da Educação Básica de uma escola estadual da 8ª Unidade Regional de Educação de Castanhal-SEDUC/PA. No método, utilizou-se questionário investigativo, WhatsApp, observação participante, um projeto interdisciplinar, teste de sondagem e anamneses. Os resultados apontaram nas narrativas Histórias de Vida, e nestas, a evidência de inteligências diversas, de modo que, todos os participantes manifestaram habilidade para criar; dentre eles, três manifestaram habilidade para resolver problemas; e, três, para contribuir em contexto cultural. Individualmente, identificou-se que, três estudantes manifestaram inteligência lógico-matemática, destes, destacou-se um com inteligência interpessoal, intelectual e liderança, e dois com inteligência intrapessoal. Uma estudante manifestou inteligência linguística, musical e espacial; um apresentou inteligência interpessoal e pictórica; e uma evidenciou inteligência pictórica. A partir da experiência de construção de enunciados matemáticos emergiu a Aprendizagem Matemática Inversa, cujas inteligências apresentaram-se na ordem inversa do modo convencional do modo de aprender: a) análise (percepção, atenção, memória), que foi estimulada a partir de um objeto, uma sentença, imagem, etc.; b) interpretação (sentido, valor, atribuição), pela qual ocorreu a validação do que foi analisado; e, c) contexto (temporal, social, atitudinal), pelo enunciado. A experiência originou reflexões sobre a necessidade de mudança da prática docente, a partir dos indicadores: Olhar docente centrado no espectro de inteligências; Curiosidade, autoconfiança e reflexão na e sobre a prática docente; e, Propósito docente. Se desenvolvidos efetivamente esses aspectos torna-se-ão enriquecedores das práticas docentes na e para a inclusão.