Avaliação geoquímica de área selecionada da bacia hidrográfica do rio Maracanã (Nordeste do Pará).

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2004-06

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Universidade Federal do Pará

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COSTA, Fabíola Fernandes. Avaliação geoquímica de área selecionada da bacia hidrográfica do rio Maracanã (Nordeste do Pará). Orientador: Waterloo Napoleão Lima. 2004. 143 f. Dissertação (Mestrado em Geologia e Geoquímica) – Centro de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11830. Acesso em:.

DOI

A área fisiográfica selecionada para este estudo pertence à bacia do rio Maracanã, situada na mesorregião Nordeste do Pará e ocupa extensão aproximada de 3500 km2. Por suas características geoambientais, representa importante pólo de desenvolvimento regional. Por esse motivo, buscou-se, neste trabalho, o formalismo geoquímico para a interpretação de resultados analíticos relacionados com as águas subterrâneas e superficiais, na procura de aspectos relevantes sobre a sustentabilidade dos recursos hídricos. A área selecionada pode ser subdividida em áreas de nascentes, de topografia algo mais elevada (cotas pouco acima de 40m) com vegetação típica de hiléia e capoeira sustentadas principalmente por material do Pós-Barreiras; em áreas estuarinas, sob forte domínio da dinâmica de marés, resultantes da mistura de águas fluviais e oceânicas, aparecendo notadamente os sedimentos holocênicos (manguezais) nas margens do rio principal e na baía; áreas de transição, sob influência mínima ou já perceptível de marés, onde esta influência se manifesta de modo lento, gradual, misturando-se os três tipos de vegetação já mencionados. Os resultados de todos os parâmetros aqui selecionados, sobretudo no que diz respeito às análises físico-químicas e químicas para as águas subterrâneas, permitiram uma avaliação referente à sua composição química e a possível inter-relação com o material geológico. Nas águas superficiais foram selecionados os mesmos parâmetros ambientais e análise de clorofila-a, buscando caracterização do ambiente segundo tendências da localização geográfica, da sazonalidade e da dinâmica de marés. As interpretações geoquímicas dos resultados analíticos confirmam as características particulares de cada aqüífero estudado, como águas pobres em eletrólitos e valores baixos de pH, oriundos de terrenos lixiviados do aqüífero livre do Pós-Barreiras ou semi-confinado do Barreiras, predominando águas cloretadas sódicas. Em contraste, os aqüíferos de Pirabas apresentam valores elevados de condutividade e alcalinidade (434 μS.cm-1 e 200 mg.L-1 de CaCO3, respectivamente), ratificando a influência dos sedimentos de carbonato da Formação Pirabas, predominando águas bicarbonatadas cálcicas. Os resultados de diagrama de estabilidade mostram domínio de terrenos cauliníticos, fato coerente com as “regiões geoquímicas” da Amazônia. A caracterização geoquímica e observações de campo evidenciaram a disponibilidade hídrica apreciável, manifestada por abundantes áreas de recarga e qualidade química para essas águas. No entanto, detectaram-se problemas relacionados com intrusão salina (máximo observado em torno de 33 mg.L-1 de Cl-) e a vulnerabilidade de aqüíferos à ação antrópica (Vila Nova 13,42 mg.L-1 NO3 - e Maracanã - poço Jango, com 20; Bocal com 39; e hotel Atlanta, com 56,51 expressos em mg.L-1 NO3 -). Para as águas superficiais a caracterização hidrogeoquímica é discutida por subáreas da bacia do rio Maracanã tais como áreas de nascentes, onde a estiagem provoca um aumento de eletrólitos, enquanto que no período chuvoso há incremento de coloração (máximo de 165 UC) compatível com o aumento da acidez (pH diminui para 4,8), diminuição de oxigênio dissolvido (4 mg.L-1O2) e aportes de matéria orgânica (máximo em 5,8 mg.L-1), predominantemente húmica. Nas áreas de transição, percebe-se nitidamente a mudança entre os valores. Destaque-se a elevada acidez e baixa condutividade (com mínimos em pH 4,8 e 21,2 μS.cm-1, respectivamente) nos pontos sem influência de maré, no período chuvoso, enquanto que no rio Peixe-Boi a condutividade aumenta para 52,4 μS.cm-1, já sob influência de maré, no mesmo período sazonal. Nas áreas estuarinas, deve-se levar em conta a dinâmica das marés. Esse efeito é bem exemplificado no rio Maracanã, sob influência de águas oceânicas, onde a condutividade elétrica chega ao máximo de 3130 μS.cm-1, 7,4 mg.L-1 para matéria orgânica e 49,3 mg.m-3 de clorofila-a na localidade de Penha (nordeste da baía). Já à montante da baía (Santarém Novo), a condutividade, a matéria orgânica (tanto de origem fluvial como estuarina) e a clorofila-a decrescem para 34,4 μS.cm-1, 6,5 mg.L-1 e 3,0 mg.m-3 respectivamente. A importância do ciclo hidrológico, das variações sazonais, a presença do manguezal, a ciclagem de nutrientes, a energia do ambiente como um todo permitem dentro desse contexto práticas de sustentabilidade, aqui exemplificadas por atividades de captura de pescado, em diferentes períodos, com predominância diferenciada para a fauna aquática, notadamente peixe, camarão e caranguejo. Um planejamento estratégico para a sustentabilidade deve levar em conta as variáveis aqui discutidas.

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COSTA, Fabíola Fernandes. Avaliação geoquímica de área selecionada da bacia hidrográfica do rio Maracanã (Nordeste do Pará). Orientador: Waterloo Napoleão Lima. 2004. 143 f. Dissertação (Mestrado em Geologia e Geoquímica) – Centro de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11830. Acesso em:.