Dissertações em Educação e Cultura (Mestrado) - PPGEDUC/Tocantins/Cametá

URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/11415

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  • DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Universidade território indígena: política de acesso e permanência para estudantes indígenas na UFPA
    (Universidade Federal do Pará, 2023-10-31) FERREIRA, Darlene Branches; MAGALHÂES, Benedita Alcidema Coelho dos Santos; http://lattes.cnpq.br/7484794171047694; https://orcid.org/0000-0001-7536-5184; SILVA, Gilmar Pereira da; http://lattes.cnpq.br/7624395840820523; https://orcid.org/0000-0001-9814-9089
    Esta investigação discute a Política de Ação Afirmativa com recorte na política de acesso e permanência implementada pela Universidade Federal do Pará para estudantes indígenas. A pesquisa tem como objetivo geral analisar a efetividade da política de Permanência para estudantes indígenas na UFPA, e como objetivos específicos, identificar os principais fatores de sucesso e evasão acadêmica entre os estudantes indígenas; conhecer as estratégias de ação da universidade para garantir a permanência dos estudantes indígenas e identificar as ações realizadas pela Associação de Povos Indígenas Estudantes na UFPA (APYEUFPA). É uma pesquisa de tipo explicativa, com abordagem quanti/qualitativa, sendo utilizada para a coleta de dados as técnicas de documentação e entrevista semi-estruturada, aplicadas presencialmente. A pesquisa foi realizada na Universidade Federal do Pará- Campus Belém, e teve como universo estudantes indígenas ingressantes no período de 2019 a 2021, e profissionais da gestão da política de permanência na instituição. Trabalhou-se com uma amostra de 08 sujeitos, destes 06 indígenas e 02 gestores. Foram aplicadas oito entrevistas semi-estruturadas (duas na fase exploratória e seis na segunda fase), com perguntas abertas e fechadas, estruturadas em dois tópicos: Identificação e Universidade. Foi utilizada a análise de conteúdo como ferramenta de análise e discussão dos dados. Acesso e vivências na Universidade; Desafios para a permanência de estudantes indígenas na UFPA e, Implementação da Política: atuação da SAEST E APYEUFPA, foram os tópicos discutidos, obtendo os seguintes resultados: houve avanços importantes na política de acesso, expressa principalmente na construção coletiva do edital do PSE-IQ; no entanto é preciso avançar em aspectos como número de vagas ofertadas; sobre o significado do ingresso na universidade, os estudantes indígenas reconhecem-se inseridos numa coletividade, por isso as necessidades dos seus territórios são a principal motivação para continuarem no curso; além disso o ingresso dos povos indígenas na universidade é o resgate de um direito negado historicamente. Os principais desafios postos aos estudantes indígenas referem-se a: dificuldade de acompanhamento dos conteúdos das disciplinas; práticas racistas na instituição; falta de recursos financeiros para a manutenção material. O acesso aos auxílios e serviços disponibilizados pela instituição é considerado um dos maiores desafios, provocado principalmente pelas questões burocráticas. A APYEUFPA é a principal ferramenta de luta dos estudantes indígenas na UFPA. Conclui-se, que a política de permanência é discutida a partir da política de assistência, principalmente do acesso aos auxílios financeiros. A sobrevivência material é a principal demanda dos estudantes indígenas. Cabe à Universidade a implementação de ações mais incisivas de enfrentamento ao racismo na instituição. Identificou-se ainda que os seguidos cortes de investimentos na área da educação impactaram a política de assistência nas universidades. O ingresso dos povos indígenas ao ensino superior fortalece as lutas nos territórios, bem como provoca a universidade a repensar suas práticas excludentes e classistas, configurando assim a universidade em um território em disputa e em construção.
  • DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    "É fácil ser cristão quando se vive bem como eles": educação, cultura e engajamento feminino em Angola. (1939 - 1970)
    (Universidade Federal do Pará, 2023-08-08) PINHEIRO, Daélem Maria Rodrigues; LEAL, Luiz Augusto Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/7967678999713659
    O presente trabalho visou compreender a ação política de mulheres no processo de independência de Angola e a influência educacional metodista. Especialmente aquelas que fizeram parte das resistências anticoloniais. A análise teve como principal objetivo compreender as missões protestantes metodistas em Angola e sua atuação no desenvolvimento da educação formal para meninas, especialmente, analisando a atuação de Deolinda Rodrigues, durante o período de lutas anticoloniais. A documentação utilizada para a elaboração da pesquisa foi o diário de um exílio sem regresso. Luanda: Nzila (2003) de Deolinda Rodrigues; a Declaração do Reverendo Malcolm MoVeigh de Stanhope, Nova Jersey, missionário da Igreja Metodista para Angola; África (1558-1961) e o livro “Angola Colonial fotografada por missionários metodistas”, publicado por Paul. A. Blake. Fundação Agostinho Neto (2019). O acesso aos documentos foi viabilizado graças ao uso, como metodologia de pesquisa, dos acervos digitais, essencialmente por meio da Associação Tchiweka de Documentação (ATD); a Fundação Mario Soares e Memórias da África e do ocidente. A pesquisa foi desenvolvida através dos acervos digitais. Segundo Almeida (2011), a internet possibilita a “redução no espaço” e a ampliação do historiador na pesquisa. A Metodologia aplicada fundamentou-se em pesquisas que trataram sobre tema proposto. Para isto, trabalhamos com a seguinte bibliografia: OYEWÚMÍ (2021), que foi a base para analisar a questão de gênero para além do Ocidente, sem homogeneizar e entender as questões de gênero no continente africano, enquanto, construto social colonial. Paredes (2010), analisando a igreja metodista e o movimento MPLA através dos escritos de Deolinda Rodrigues, o qual a autora faz uma análise da educação de Deolinda através da igreja, sua entrada no MPLA e as críticas relatada por Deolinda Rodrigues em seu diário pessoal. Cujos resultados, consistiram na percepção de compreender que a educação formal, realizada pelas missões metodistas, foi sinônimo de maiores possibilidades educacionais para muitos angolanos que estiveram lutando contra o colonialismo português.
  • DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Capoeira: sobrevivência e resistência na sociedade do capital
    (Universidade Federal do Pará, 2023-08-14) SILVA, Francisco Márcio Costa da; SILVA, Élido Santiago da; http://lattes.cnpq.br/3584642268601018; https://orcid.org/0000-0003-2545-0860
    O presente estudo traz no seu escopo apontamentos que delineiam as configurações da Capoeira na atualidade e suas funções na conjuntura social cotidiana. Partindo do princípio de que a Capoeira é uma prática originada na diáspora, como forma de se contrapor a um sistema opressor (ABIB, 2004), e foi consolidada no Brasil ainda no período escravagista (Rego, 1968), a mesma ainda se mantém e possui abrangência nacional e internacional, fazendo-se presente em mais de 150 países nos cinco continentes segundo o último levantamento do IPHAN (2014). Assim, o problema da presente pesquisa é entender como uma prática secular oriunda da época da escravização mantém-se frente ao sistema vigente (o capitalista), que segundo Mészáros (2005), transforma tudo em mercadoria. Nessa busca foram utilizadas como referências deste trabalho: Marx (2007, 2008, 2011, 2013), Mészáros (2005, 2015), Antunes (2009), Vasquez (2011) dentre outros, que forneceram subsídios para compreender como funciona o sistema supracitado. No que tange a Capoeira, foram utilizados os trabalhos de Rego (1968), Brito e Granada (2021), Khol (2014), Araújo (2006, 2008), Campos (2001, 2009), Falcão (2004, 2011), Abib (2004) dentre outros, que delineiam as condições e demais aspectos que Capoeira vivenciou enquanto prática desportiva e cultural, (re)existindo ao tempo e as mudanças estruturais impulsionadas pelo capitalismo. Com o objetivo de entender como a Capoeira mantém-se até a atualidade e quais suas interfaces, foi buscado no âmbito nacional e internacional, pessoas capoeiristas que estão na prática há no mínimo 10 anos e lhes foi-lhes indagado acerca da maneira como a Capoeira faz-se presente em seus respectivos ambientes. Como resultado, verificou-se que houveram inúmeras mudanças nessa prática desde os primórdios, mas foi sua capacidade de se metamorfosear que a permitiu adaptar-se as demandas sociais transformando-se em uma prática plural. Entretanto, foi apontada sua condição enquanto mercadoria como preponderante, sendo esse caminho que garantiu outras possibilidades de sobrevivência frente ao sistema capitalista, sendo o trabalho (tanto no seu sentido formativo quanto no laboral, de subsistência) o pavimento que viabilizou sua longevidade e permanência até a atualidade, ratificando a condição embrionária da Capoeira enquanto resistências as mais diversas situações.
  • DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Trabalho, saberes e práticas de pesca das mulheres ribeirinhas da ilha Saracá, Limoeiro do Ajuru (PA): resistência das pescadoras artesanais
    (Universidade Federal do Pará, 2022-12-27) GONZAGA, Raimunda Moraes Silva; RODRIGUES, Doriedson do Socorro; http://lattes.cnpq.br/1127076028303549; https://orcid.org/0000-0002-5120-2484
    O presente trabalho aborda saberes político-identitários construídos durante o processo de formação da Associação das Mulheres Trabalhadoras na Aquicultura e Agricultura da Ilha de Saracá (AMAIS), Limoeiro do Ajuru (PA). Esta pesquisa teve por objetivo analisar os saberes político-identitários das mulheres pescadoras e agricultoras no desenvolvimento de suas atividades laborais e organizativas, a partir da AMAIS. Toma-se como norte metodológico o Materialismo Histórico-Dialético, com uma abordagem qualitativa, com uso de entrevista semiestruturada, seguindo a análise de conteúdo para compreender as narrativas das informantes, a partir de suas experiências de trabalho. Como base teórica, os trabalhos de Marx (2013), Marx e Engels (2007), Rodrigues (2012), Martins (2017), Barra (2019), Furtado, (2017), Raffestin (1993), Pereira (2014), Lerner (2019), Davis (2016), Toledo (2008), dentre outros. O problema da investigação foi se constituindo nas vivências de pescadora, nas experiências acadêmicas, nos diálogos com a comunidade e nas lutas sociais. Para tanto, a pesquisa revelou em um primeiro momento que, antes mesmo de a AMAIS existir, as mulheres que a formaram já possuíam saberes relacionados às suas vivências e às suas práticas de trabalho. Contudo, no desempenho das suas funções de trabalhadoras, desenvolvidas a partir da associação, essas mulheres construíram saberes político-identitários que ressignificaram suas lutas em sua comunidade. Esses saberes foram identificados como saberes político-identitários de autonomia, pois dizem respeito ao poder de decisão própria dessa mulheres no seu trabalho sem que houvesse a interferência ou coerção externa de terceiros, o que se demonstrou um princípio de liberdade e de independência. Saber político-identitário de consciência de classe que se apresenta como uma consciência e organização coletiva de grupos minoritários em prol de uma classe. O saber político-identitário de conhecimento de causa que está relacionado ao conhecimento adquirido por meio de experiências e observação vivenciadas no cotidiano e que lhes levaram a ter uma boa base teórica sobre seus direitos de pescadoras. Identificou-se também na pesquisa que a mulheres sempre tiveram importante papel na defesa do meio ambiente, fato constatado ainda em manifestos e reivindicações em favor da Amazônia, elaborados pelas mulheres pescadoras da AMAIS. Por fim, constatou-se que, mesmo em meio à inatividade da AMAIS, os saberes que foram construídos no decorrer dos seus processos de afirmação ainda permanecem vivos, auxiliando-as nas causas sociais da região.
  • DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    A subjetividade da pessoa surda na escrita do português como segunda língua: constituições, educação e surdez
    (Universidade Federal do Pará, 2022-11-28) LOBATO, Merian de Cristo; FALABELO, Raimundo Nonato de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/0245521381922053; https://orcid.org/0000-0003-1193-8072
    A pesquisa intitulada “A Subjetividade da Pessoa Surda na Escrita do Português como Segunda Língua: Constituições, Educação e Surdez” apresenta a análise de textos escritos por jovens Surdos e Surdas participantes do Projeto “Laboratório de Ensino de Língua Portuguesa para Surdos” que aconteceu através do Grupo GEPEES1 . O objetivo do projeto foi proporcionar ao Surdo/a o desenvolvimento da linguagem escrita em português, como forma de contribuir e melhorar o desenvolvimentos das aprendizagens, nessa, que para eles é uma segunda língua, em virtude da grande dificuldade apresentada por eles ao escrever. Dificuldade essa, constatada a partir dos diálogos estabelecidos com a comunidade surda a partir de outros projetos, assim como, evidenciadas desde o primeiro registro escrito solicitado no primeiro momento do encontro. As análises dos textos escritos proporcionaram esta investigação que possui como objetivo principal: compreender a subjetividade de pessoas Surdas por meio da produção de sentidos e significados que emergem das produções escritas em língua portuguesa como segunda língua. E, como objetivos específicos: realizar reflexão teórica sobre a educação de Surdos, sobre o processo de inclusão e sobre os debates em torno desse tema; Discutir a questão da subjetividade e assim nortear as análises desta pesquisa a partir do olhar do material escrito, do processo de elaboração desse produto chamado produção escrita. Como metodologia utilizei a perspectiva histórico cultural de Vygotsky (1983) que, aliada aos estudos de autores que se debruçam sobre este tema e aos pressupostos da análise etnográfica subsidiaram esta pesquisa. O projeto que deu origem a esta investigação foi elaborado a partir de abordagens interacionistas e estratégias pedagógicas que partiram da compreensão da pessoa Surda como detentora de especificidades culturais onde foram desenvolvidas atividades mediadas pela língua de sinais. Assim, conclui-se a partir da análise da escrita surda, que ela apresenta vozes das subjetividades constituídas nas relações intersubjetivas nos contextos sócio, cultural e educativo, ora afirmando a subjetividade linguística adquirida ao longo da vida através língua de sinais, ora apresentando na materialidade escrita, a Língua Portuguesa a partir do reconhecimento e da relevância linguística que essa nova língua pode possibilitar para que ele(a) amplie o campo das aprendizagens.
  • DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    O SISPAE e a qualidade do ensino: diagnóstico das escolas públicas de ensino Médio no município de Breves-PA a partir da análise de indicadores educacionais (2011 a 2020)
    (Universidade Federal do Pará, 2022-11-30) MARTINS, Edilene Santos de Farias; ALVES, João Paulo da Conceição; http://lattes.cnpq.br/8550073679337988; https://orcid.org/0000-0002-9549-3906
    O presente texto aborda sobre a qualidade educacional auferida pelas avaliações em larga escala, especificamente o Sistema Paraense de Avaliação Educacional - SisPAE, a partir de sua implantação. Essa política pública foi concretizada pelo Programa de Melhorias da Qualidade e Expansão da Cobertura da Educação Básica no Estado do Pará, através de ações elaboradas pelo movimento Pacto pela educação do Pará, que utiliza o SisPAE como instrumento de regulação e controle da qualidade da educação básica paraense. Dessa forma, a pesquisa pretende analisar o diagnóstico de qualidade do ensino médio na rede estadual do município de Breves-Marajó, a partir do SisPAE, no período de 2011 a 2020. Assim, buscamos: a) conhecer os elementos que estão sendo considerados nas políticas públicas de promoção de qualidade educacional no Brasil considerando a reorganização do sistema educacional após anos de 1990; b) compreender o processo de implantação do SisPAE no Estado do Pará e as relações com as políticas de caráter neoliberal de contexto global e c) identificar, no recorte temporal de dez anos (2011-2020), se a implementação do SisPAE, obteve resultados pretendidos para as escolas públicas da região de Breves, haja vista a sua relevância destacada nas metas estabelecidas nos planos definidos para educação e a forte influência dos organismos multilaterais. Adotou-se, como procedimento metodológico, a pesquisa documental em fontes diversas sobre indicadores econômicos, sociais e educacionais, relatórios e contratos, regulamentos disponíveis em sites, órgãos oficiais do Estado e de Organizações Internacionais. Foi utilizado como método, a análise de conteúdo nos dados coletados através da abordagem qualitativa. Após as análises, verificou-se a limitação do Sistema de avaliação paraense em relação à qualidade educacional no período analisado. Observa-se que essa política, pautada em testes padronizados, converge com as orientações de organismos internacionais, ao utilizar instrumentos gerencialista na promoção de uma qualidade educacional. Ao legitimar o indicador como termômetro de qualidade educacional, sendo esse o uso de desempenho do aluno, revelam um caráter reducionista da educação, pois exclui fatores intra e extra-escolares importantes. No entanto, mesmo a análise apontando a ineficiência da educação pública no município, pelos baixos resultados do SisPAE, forma pela qual o mercado utiliza para consolidar o pensamento hegemônico sobre a educação pública, os indicadores de fluxo, condições de acesso e fatores socioeconômico, revelam que a desigualdade social da região é a variável de maior relevância nos resultados negativos na avaliação em larga escala, e não simplesmente a escola, professor e aluno.
  • DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Saberes tradicionais a partir do jogo de búzios no Candomblé
    (Universidade Federal do Pará, 2022-06-24) LOPES, Daniel Sena; PARENTE, Francilene de Aguiar; http://lattes.cnpq.br/9404017739145648; https://orcid.org/0000-0003-2740-9343
    Esta pesquisa está inserida no âmbito do estudo sobre afro-religiosidade com praticantes e participantes do Candomblé em Abaetetuba/Pará. Tem como propósito analisar de que modo acontece a troca de saberes tradicionais a partir do jogo de búzios no Candomblé. Metodologicamente, trata-se de uma autoetnografia, um método que pode ser usado na investigação e na escrita, já que tem como proposta descrever e analisar sistematicamente a experiência pessoal, a fim de compreender a experiência cultural (ELLIS, 2004), sendo realizados levantamentos bibliográficos das temáticas educação, cultura, resistência, oralidade, memória, identidade e saberes tradicionais nas religiões afro-brasileiras, com suporte teórico em: Little (2001); Cunha (2007); Brandão (2002); Freire (1987); Libâneo (2004); Lody (2007); Braga (1988); Beniste (2008) e outros. Os dados foram coletados por meio de entrevistas online por intermédio da plataforma Google Meet com os integrantes da pesquisa. O trabalho de campo buscou amparo nas vivências da comunidade afro-religiosa Igbá Asé Ibin Layé, popularmente conhecida como Centro de Manifestações Mediúnicas Oshalufã – CEMMO, no qual o pesquisador participante observante é pai de santo, termo que sugere a preponderância da participação sobre a observação. Foram entrevistados 10 (dez) sujeitos, sendo que 4 (quatro) declararam ser praticantes da religião Afro-brasileira e 6 (seis) participantes. Dos 10 (dez) interlocutores, foram selecionadas 4 (quatro), sendo 2 (dois) praticantes e 2 (dois) participantes para o aprofundamento da pesquisa, tendo em vista a maior aproximação com o objeto da investigação. Efetivou-se a tabulação de consultas processadas no período de 2010 a 2019, analisou-se gênero, motivo da consulta e posicionamento religioso, para identificarmos nessa troca de saberes como se desenvolvem o processo pedagógico a partir do ritual do jogo de búzios. Como resultado desta pesquisa constatou-se que: o objeto de estudo não foi o terreiro, mas o que ocorre no terreiro; os terreiros não estão congelados no passado; o processo pedagógico dentro do terreiro é dinâmico e transformador; as pedagogias nos terreiros de Candomblé configuram-se em atos de resistir.
  • DissertaçãoAcesso aberto (Open Access)
    Transescritas da diferença: movimentos para transcriar a educação com Clarice Lispector e Virginia Woolf
    (Universidade Federal do Pará, 2022-06-28) VEIGA, Ademilson Filocreão; COSTA, Gilcilene Dias da; http://lattes.cnpq.br/2934771644021042; https://orcid.org/0000-0002-7156-5610
    Transescritas de Virgínia Woolf e Clarice Lispector impulsionam pensamentos para transcriar a educação, por meio dos devires-escritura suscitados nas obras Mrs. Dalloway (2017) e Orlando (2014), de Woolf, e A paixão segundo GH (2009) e A hora de estrela (1998), de Lispector. A articulação pela qual a arquitetura desse estudo se move consiste em vibrar, a partir das transescritas Lispectorianas e Woolfianas, devires escritura com movimentos do pensar e do criar, e a partir deles, compor e mobilizar tanto a literatura quanto a educação, em pensamentos sem imagem que nos instigam a um transcriar a educação por meio dos signos do aprender que advém de tais deslocamentos. Literatura, filosofia da diferença e educação entrelaçam-se nas linguagens em transe das autoras, potências criadoras que se esbarram e se afastam, a compor provocações múltiplas sobre outros modos de ver, viver e intervir no âmbito educacional. As linhas de fuga Lispectorianas e Woolfianas andarilham com intercessores como Deleuze e Guattari, Corazza, Bachelard, Barthes, Proust, Rolnik, Passos, Butler, Foucault, Gallo, Tadeu, Zordan. Em cada rachadura exposta, uma fresta se abre para o pensamento, deslocando-o até os cantos obscuros, os corpos abjetos, os tempos extemporâneos, o avesso e o indômito da educação, deixam seus rastros como fantasmas, como sombras, como novas tintas a serem transcriadas e borradas, como Orlandes e Macabéas, GHs e Clarissas, como umidades e capins que insistem em nascer nos espaços mais incômodos, entre outros. A violência do encontro com estes devires-escritura desencadeia o pensar desautomatizado, o pensar sem imagem e, então, mobiliza novos signos do aprender. Clarice e Virgínia, ao serem aqui transescritas, emitem devires-escritura múltiplos, e tais devires também provocam transcriações na educação, pois racham-se em signos do aprender, sentidos, pensamentos, criações a se movimentarem pelo educar. Tanto os devires-escritura, da transescrita, e os signos do aprender, da transcriação, estão emulsionados a um pensamento sem imagem que não intenta ser homogêneo. Este pensamento sem imagem é, pelo contrário, um esforço intensivo de agitação, de diferença. As artes transescritas de Woolf e Lispector desaguam para um transcriar a educação com a diferença.