Programa de controle do tabagismo na Amazônia brasileira, Castanhal-PA: contexto interdisciplinar, efetividade e adesão

Este estudo analisa a eficácia do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) em Castanhal-PA, cidade amazônica brasileira. O programa foi implementado em 2006 e passou por descentralização em 2018. Porém, no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) no estudo amazônico, a implementação efetiva do programa de controle do tabagismo está repleta de dificuldades. Assim, analisamos as taxas de oferta e permanência do programa, cessação do tabagismo, população de clientes fumantes, percentual de início e conclusão do tratamento e associação entre variáveis sociodemográficas e desfechos do tratamento. O estudo analisou usuários fumantes por meio de formulários FORMSUS de 32 Unidades de Saúde que realizaram tratamento antitabagismo no período de janeiro de 2021 a dezembro de 2022. Utilizou-se regressão linear e análise estatística descritiva retrospectiva. Também aplicamos o teste qui-quadrado para verificar diferenças. Visualizamos e analisamos os dados usando o Microsoft Office® Excel. Foi estudada uma amostra de 227 indivíduos em 2021 e 2022. A maioria dos participantes era do sexo feminino (60,9%) e tinha 60 anos ou mais (40,0%). Cerca de 47,9% relataram ter de 02 a 03 salários mínimos. O tabagismo foi prevalente, sendo que 40% fumavam mais de 04 cigarros por dia e 116 indivíduos fumavam há mais de 20 anos. Houve elevada taxa de evasão do PNCT nos dois anos (71,87% e 70,99%). As variáveis “renda familiar” e “raça/cor” estiveram estatisticamente associadas (p-valor = 0,0001). A implementação do PNCT varia de acordo com o local, e as unidades com as maiores taxas de sucesso podem ser usadas como exemplos de melhores práticas para melhorar o acesso e atingir as metas de cessação do tabagismo em todo o município. Peculiaridades regionais e obstáculos logísticos impactam o sucesso da PNAB e do PNCT no contexto amazônico.