Escola, cultura e diferenças culturais: um olhar sobre a pessoa surda

Este artigo objetiva compreender como a escola caracterizada como um terri- tório de múltiplas culturas, vem trabalhando os artefatos culturais da comunidade surda no cotidiano escolar, destacando, especificamente, a experiência visual e o aspecto lin- guístico, por entender que estes são imprescindíveis para o processo de desenvolvimen- to cognitivo dos surdos no âmbito escolar. No decorrer deste artigo, propõe-se refletir sobre as nossas concepções para conhecermos um pouco mais sobre a cultura surda, analisando os nossos olhares e as representações que construímos sobre esses sujeitos, compreendendo a surdez como uma questão cultural e não como impedimento auditi- vo. Para fazer tal abordagem, a metodologia utilizada constitui-se de um estudo teórico, baseado nas pesquisas de autores como Candau (2011), Quadros (2010), Skliar (2013), Strobel (2009) e outros, cujos estudos auxiliaram-me a compreender e problematizar a presente temática. Para uma melhor sistematização, o texto está organizado em 3 (três) capítulos principais, onde inicialmente, estabeleço uma relação entre Educação e Cul- tura, baseado numa concepção antropológica para afirmar que há uma intrínseca rela- ção entre ambas. Em seguida, a discussão perpassa pela relação entre Escola e Cultura partindo da premissa de que a escola é um território de múltiplas culturas. E por fim, faço a delimitação do tema para buscar compreender como a escola vem trabalhando os artefatos culturais surdos, abordando, principalmente, a experiência visual e o aspecto linguístico, tendo em vista que os mesmos contemplam o modo visual-espacial dos sujeitos surdos de aprender e compreender o mundo a sua volta.